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Tempos de ansiedade generalizada: como está a sua pressa?

Sem pressa. Está aí um mantra a ser repetido – lentamente – nos dias de hoje. Andamos nos atropelando, tanto uns aos outros quanto a si próprios.


Numa análise isso pode incorrer no surgimento de algo inconsciente. O chamado “ato falho” acontece quando o analisando fala algo que ele (seu Eu consciente) não tinha intenção de dizer, porém algo mais oculto (inconsciente ) colocou estrategicamente bem outra palavra no lugar. Trocar o nome de um lugar ou de uma pessoa é um caso clássico. Aí o analista pode fazer o trabalho de questionar e devolver esse engano para buscar, junto a quem se equivocou, outros sentidos para o seu dito que escapou. Tudo bem até aqui. Mas e fora da análise? Talvez tenhamos um problema.

Você olha para o cargo do seu colega e fica cobiçando, praguejando contra ele e até se sentindo vítima de uma empresa que pouco reconhece seus esforços. Você passa os dias cruzando por ele no corredor, sentindo um embrulho no estômago e dando um sorriso amarelo. Ele está no seu lugar. Será?

Digamos que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, como uma lei da física. Ele está lá, você, aqui. Essa lei muda quando se trata do que se passa dentro de cada um: há uma consciência e uma outra cena, o inconsciente. Você despreza seu colega porque amaria estar no seu lugar. Você sonha em ser ele. Paradoxo: amaria ser quem mais odeia.

Nesse rápido (e apressado) exemplo se ilustra o quanto podemos tropeçar quando queremos ir rápido demais. Olhar para si, suas capacidades e potencialidades, tornaria o caminho para tal cargo muito mais fácil.

O mundo contemporâneo vive nos cobrando essa competitividade e aceleramento. Mas há espaços de respiro e reflexão.

Colocar a vida em marcha lenta seria deixar o celular e suas notificações mais de lado, pegar um livro, ouvir uma música, observar o trajeto, a paisagem, as pessoas que passam. Curtir um banho, apreciar uma refeição, estar realmente presente numa conversa. Diferente de um carro, não teremos quebra-molas a nossa frente, mas podemos muito bem viver quebrando a cabeça sem necessidade.

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Gabriel Bernardi - Doctoralia.com.br
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